A VERDADE SOBRE O ESPIRITISMO - 2
por Reinaldo Mariano de Brito - reisol777@yahoo.com.br

Espiritismo Kardecista

Isto nunca existiu.
Os comunicadores sempre utilizam essa expressão, “Kardecista”, para identificar o que eles chamam, também equivocadamente, espiritismo “mesa branca”, “linha branca”, “alto espiritismo” etc... numa concepção absurda de que existem várias vertentes do Espiritismo, dentre elas a Umbanda, o Candomblé, a Cartomancia, a Quimbanda e outras práticas espiritualistas que, embora merecedoras do respeito de todos nós, têm suas identidades próprias, suas práticas, seus princípios e seus rituais que nem sempre tem a ver com práticas espíritas.

Manifestamos aqui, por exemplo, o respeito especial pelos praticantes da Umbanda autêntica, onde se vê o maior nível de humildade, também autêntica, entre os segmentos espiritualistas.
É importante que os comunicadores e formadores de opiniões saibam que a palavra Espiritismo foi “inventada” exatamente na época em que esta nova proposta filosófica foi sugerida ao mundo no meado do século XIX, exatamente para identificar esta doutrina conforme os seus postulados, que não tem velas, rituais, altares, defumações, obrigações, proibições, cerceamento do direito de expressão e nem da liberdade das pessoas.

Usar a palavra Espiritismo para denominar qualquer outra prática, mesmo respeitável, que faz coisas que nada tem a ver com ele, é o mesmo que chamar a mistura de limão, açúcar e água de LARANJADA, quando o nome correto seria LIMONADA, uma vez que laranjada só pode ser laranja, açúcar e água.
Da mesma forma a palavra espírita foi também inventada apenas para identificar o seguidor dessa proposta, conforme os seus postulados.
Portanto, a palavra Espiritismo só deve ser utilizada para isto que vocês chamam de Kardecismo. A palavra “Kardecismo”, portanto, fica sem sentido, uma vez que o senhor Allan Kardec não inventou doutrina nenhuma.

Mas o Allan Kardec não é o inventor do Espiritismo?
Não. É outro equívoco cometido pelos comunicadores.
Embora você possa ver na definição da palavra Espiritismo em alguns dicionários ou enciclopédias, que “o Espiritismo foi inventado pelo francês Allan Kardec”, posso garantir que se trata de um registro irresponsável, acontecendo apenas porque muitos autores ou editores dos dicionários e enciclopédias muitas vezes são, também, adeptos de religiões comuns que formaram nas suas culturas conceitos equivocados sobre isto, daí vir a ocorrer este mesmo equívoco que há no universo dos jornalistas, motivo pelo qual estou escrevendo isto aqui.

Não é que fossem desonestos ou simplesmente irresponsáveis os editores dos dicionários e enciclopédias, é que eles passaram a vida inteira “ouvindo dizer” que Espiritismo e macumba é a mesma coisa, que cartomante é espírita, que espiritismo é macumba, nunca tendo a preocupação em saber a “verdade verdadeira” acerca da coisa, terminaram formando a sua cultura com esse conceito, que terminam passando em frente.

O Espiritismo foi criado por Espíritos, que começaram a se manifestar através de jovens adolescentes, absolutamente ingênuas, trazendo informações e conceitos que chamaram a atenção de adultos e pessoas esclarecidas, pelo fato de serem idéias muito além da concepção e da cultura normal de jovens daquela faixa de idade.

Seria como um adolescente de 14 anos de idade, hoje, começar a falar sobre Voltaire, Goethe, Descartes, Mikhailovitch Dostoievski... ou tocar as músicas de Mozart, Bach, Chopin, Beethoven... o que, certamente, chamaria a atenção de todo mundo, já que não é comum.

Pessoas adultas, muito sérias, curiozíssimas diante daqueles “fenômenos” começaram a realizar o que poderíamos chamar de “sessões espíritas”, onde viram, também, mesas se moverem sem ação do homem e uma série de manifestações extra humana.

Foi daí que convidaram um homem considerado muito culto, sensato, íntegro, sério, honesto, digno e educador para assistir toda aquela “coisa”, a fim de obterem a opinião dele, que era muito respeitada, por ser ilustre na França. Esse homem era o Professor Denizar Hypollite Leon Rivail, este que mais tarde passou a usar o pseudônimo de Allan Kardec.

Rivail não tinha nada a ver com aquilo. Muito pelo contrário, quando participou várias vezes das reuniões, já que não era bobo, comportou-se como o cara mais chato do mundo, cético ao extremo, já que não era bobo, com os dois olhos bem abertos, olhando embaixo da mesa, passando a mão pra ver se não tinha nenhum espertinho puxando a mesa com algum fio fino, para enganar os outros, questionando e duvidando de tudo, como devem fazer todas as pessoas sensatas.

Numa dessas reuniões ele foi convidado pelos espíritos que se comunicavam para ser o codificador de uma proposta de vida que eles teriam a passar para os homens, através de livros que precisariam ser escritos, para que todos lessem.
Houve muita conversa pra ele poder aceitar o desafio. Recusou várias vezes, questionou muito “Por que eu?”, “E seu eu falhar, como é que vai ficar?”. Até que se convenceu de que a idéia era sensata e que estava ao encontro dos seus pontos de vistas.
Foi escolhido porque, além de ser um homem de elevadíssimo nível moral, era um pedagogo, escritor, professor e mestre. Ninguém melhor que um homem com esses requisitos para organizar uma proposta em livros.
Portanto, não inventou coisa alguma, não criou absolutamente nada e não tem porque chamarem a doutrina de Kardecismo.

Por que usou pseudônimo e não assumiu com o seu próprio nome?
Pois é. Ele teria vergonha de usar o seu próprio nome?
Não queria envolver o seu nome naquilo que poderia não dar certo? Ficou com receio de assumir a tarefa, comprometendo-se junto ao público?
Não. Nada disso.
As razões para ele adotar o pseudônimo foram nobres, em vez de covardes.
Acontece que ele já era famoso demais não somente na França como na Europa inteira. Todos os livros que ele escrevia, (o mestre Rivail) na área didática, eram sucessos garantidos assim que chegavam às livrarias.

Era com se fossem no Brasil, por exemplo, os autores Paulo Coelho, dona Zíbia Gasparetto, Lair Ribeiro e outros que já possuem públicos enormes garantidos, que já possibilitam que os seus livros saiam das gráficas, com mais de cem mil exemplares vendidos, em todos os lançamentos.

Agindo de forma honesta, o professor Rivail achou por bem não colocar o seu nome nas obras espíritas porque, certamente, o público compraria pelo seu nome e não pelo conteúdo que era apresentado.

Ele preferia que o Espiritismo chegasse às pessoas por força do seu conteúdo e não pela força do nome de um autor famoso, por isto adotou o pseudônimo de Allan Kardec.

Continua...

Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas
alamar@redevisao.net
orkurt “alamarregis”
Site da Rede Visão: www.redevisao.net
Site pessoal: www.alamar.biz

Muita proteção e luz a todos!!!

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Grande abraço,

EU SOU O EU SOU
Namastê
28/05/05
SOL777