A VERDADE SOBRE O ESPIRITISMO - 5
por Reinaldo Mariano de Brito - reisol777@yahoo.com.br

Coisas que o povo imagina, mas os espíritas não fazem

Acender velas e defumadores. Não existe isto no Espiritismo, nunca existiu. Outras práticas espiritualistas admitem, o que é respeitável, mas o Espiritismo não.
Uma senhora entra em desespero, pela morte do seu marido, “ouviu dizer” que o Chico Xavier recebia cartas de pessoas falecidas, de repente resolve mandar E-mail para um espírita ou pedir para que espíritas a levem a um centro para receber uma mensagem do seu ente falecido ou para ter notícia de como ele está.
O Espiritismo não se presta para isto. Centro espírita nenhum é agência de uma possível EECT (Empresa Espiritual de Correios e Telégrafos).

Se alguma pessoa, que se diz espírita, incentiva isto, está fraudando. As reuniões mediúnicas dos centros espíritas não têm esse objetivo, os espíritos não estão a nossa disposição conforme as nossas conveniências e nem as comunicações de entes desencarnados acontecem por causa do desespero e da saudade dos seus entes que ficaram.

Quando ocorre esse tipo de comunicação, o que de fato ocorre, vem espontaneamente, na maioria das vezes quando as pessoas menos esperam. Poucos, pouquíssimos médiuns, tem a capacidade de um Chico Xavier.
O padre Quevedo, por exemplo, acha que os espíritas são bobos, ingênuos, fanáticos e facilmente enganáveis por qualquer espertalhão. Na cabeça dele e dos seus discípulos, qualquer truquezinho de mágica, é suficiente para enganar os espíritas e qualquer atorzinho que faça aquilo que recentemente a Globo mostrou no Fantástico é suficiente para impressionar os espíritas.

Todo centro espírita é coerente com o Espiritismo?

Também não.
Uma jornalista de uma conceituadíssima revista deste país, me fez esta pergunta por E-mail, citando exemplos do que ela viu em um centro espírita, próximo à sua casa, onde uma sua tia freqüenta.

É bom deixar claro isto aqui, já que estamos falando em bom senso e coerência.
Pelo fato do Espiritismo não ter Papa, não ter Cardeais que determinem como cada centro espírita deve se comportar e não ter qualquer tipo de punição a quem não obedece normas estabelecidas a partir de algum órgão centralizador, encontramos centros espíritas aí funcionando conforme a cabeça dos seus dirigentes, nem sempre compatíveis com a essência espírita.

O dirigente de um centro que tem uma cabeça muito religiosa, vai fazer um espiritismo que chamamos de igrejeiro, ou seja, aquela prática em que as pessoas têm obrigação em freqüentar, rotinas e rituais religiosos e, pra variar, tudo aquilo que historicamente faz parte das religiões tradicionais: proibições, obrigações, censuras, patrulhamento da vida de pessoas, elemento centralizador que impõe a todos pensarem conforme a sua cabeça, “index librorum prohibitorum”; fogueiras e guilhotinas “fraternas” aos considerados rebeldes (ereges, na linguagem católica) que insistem em questionar, em contraditar e em exigirem respeito a liberdade de pensar e ler o que quiser... enfim, este quadro existe também no universo do movimento espírita.

Mas existe o centro espírita que, embora também laborando numa prática bem religiosa, trabalha muito nas tarefas da Caridade, assistência aos necessitados, creches, albergues, auxílio mesmo, não se preocupam em ostentar autoridade de dirigente nenhum e fazem mais ou menos o que fez a Irmã Dulce, na Igreja Católica, que é o servir por servir, amar por amar, colocando os ideais do Cristo acima do rótulo religioso. Chico Xavier foi um destes.

Por causa da liberdade de ação mal interpretada, nem todo centro espírita age conforme os postulados da doutrina, daí a existência do “espiritismo à moda da casa”.
Só que os excessos e absurdos ocorrem por deliberação dos dirigentes das instituições, não pela doutrina.
Não comparemos, por exemplo, com o Catolicismo onde a própria doutrina trás postulados do tipo “fora da igreja católica não há salvação”, não se pode questionar diante dos “porque sim” e do “porque não”, a freqüência a missa é obrigação, batizar os filhos é obrigação, casar na igreja é obrigação, muitas coisas são obrigadas, da mesma forma que muitas coisas são também proibidas, como o sexo fora do casamento e da procriação, a separação de casais que não se entendem mais e uma série de outras.

Neste caso não é a cabeça de alguns padres que obriga e proíbe, é a própria doutrina católica que obriga, proíbe, censura e até pune com rigor os desobedientes.
Já no bojo dos postulados espíritas não há proibição nem obrigação nenhuma. Há ensinamentos e sugestões de conduta para os seus profitentes, deixando-os absolutamente livres para aceitarem ou não, apenas alertando para que assumam as conseqüências por tudo o que fizerem, no exercício do seu livre arbítrio.

É totalmente diferente.
Os excessos, as arbitrariedades, os autoritarismos, as presunções, as iniciativas de proibições e obrigações são dos homens, não da doutrina.

Conclusão

Este relato aqui não visa convencer a jornalista e comunicador nenhum a entender que o Espiritismo seja o “dono exclusivo da verdade”, porque essa conversa de dono de verdade é outro absurdo lamentável que vemos no mundo das religiões, que beira ao ridículo, ainda mais quando se fala em exclusivo.
Apenas se propõe a dizer o que é e o que não é o Espiritismo, procurando deixar claro que os excessos e abusos acontecem por deliberação de homens, não da doutrina.

Abraços.

Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas
alamar@redevisao.net
orkurt “alamarregis”
Site da Rede Visão: www.redevisao.net
Site pessoal: www.alamar.biz

Muita proteção e luz a todos!!!

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Grande abraço,

EU SOU O EU SOU
Namastê
28/05/05
SOL777