DR. ADOLFO BEZERRA DE MENEZES
por Reinaldo Mariano de Brito - reisol777@yahoo.com.br

29 DE AGOSTO: ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DO “MÉDICO DOS POBRES”

Bezerra de Menezes, conhecido como o médico dos pobres, escreveu vários artigos para os jornais de sua época usando o pseudônimo de Max. Em seus artigos elucidava questões relativas ao espiritismo, muitas vezes dizendo que seria a religião dos brasileiros. Por esse motivo foi ofendido, injuriado, desrespeitado. Mas suas réplicas sempre se fundamentaram em linguagem escorreita, causticante, dizendo: – “a verdade fere aqueles que defendem idéias e concepções falsas, que dizem honrar a Deus em suas palavras, mas ensinam doutrinas e mandamentos materialistas”.

Seus opositores o destratavam, não tinham respeito pelo médico que atendia milhares de pessoas sem cobrar um vintém. Em suas polêmicas Bezerra de Menezes argumentava interpretações a respeito do Velho e do Novo Testamentos, mostrando a separação do joio e do trigo, de maneira que os ensinamentos espiritualistas adquiriam colorido admirável, mostrando a magnitude da vida espiritual através das palavras de Jesus, expurgando as inverdades humanas, elucidando as questões com as palavras do espírito da verdade.

No dia 3 de agosto de 1895, Bezerra de Menezes foi eleito Presidente da Federação Espírita Brasileira, depois de ter ocupado a vice-presidência desde 1889. Ao tomar posse, Bezerra pronunciou grandiosa alocução, traçando novos rumos para o espiritismo no Brasil, dentro de uma linha inflexível de bom senso, de amor, de sabedoria e de profunda sintonia com os desígnios do Criador.

Durante sua presidência na Federação Espírita trabalhou ativamente, com muito ardor pela espiritualidade, com o propósito de congregar os espiritualistas, jamais esmorecendo na luta, buscando a unificação geral e mantendo campanha sistemática em favor do estudo da doutrina, mostrando uma completa e integral independência da espiritualidade em relação ao ensino do evangelho.

Dr. Bezerra atendia seus clientes no modesto consultório da Farmácia Cordeiro, à rua 24 de maio, na estação suburbana do Riachuelo, Rio de Janeiro, onde fornecia remédios gratuitamente a seus clientes e distribuía seu parco dinheiro para a alimentação de crianças, mulheres, idosos desnutridos, proletários infelizes. A essa farmácia afluíam centenas de pessoas necessitadas para serem atendidas pelo “médico dos pobres” que realizava verdadeiros milagres, como dizia a população.

Bezerra dizia que não era privilegiado e que qualquer médico poderia realizar a cura de seu semelhante, desde que soubesse conjugar o verbo amar. Além de todas suas atividades, ainda freqüentava assiduamente os trabalhos de desobsessão do Grupo Luz e Caridade, onde também orientava com muito amor os espíritos necessitados.

Adolfo Bezerra de Menezes nasceu em 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, Estado do Ceará, seu pai Coronel Antonio Bezerra de Menezes e sua mãe Fabiana de Jesus Maria Bezerra. Começou seus estudos em 1838 na Vila do Frade, em 1842 foi para o Rio Grande do Norte, na Serra do Martins, em 1844 com 15 anos de idade substituiu seu professor nas aulas de latim. Em 1846 completou seus estudos no Liceu de Fortaleza. Em 5 de fevereiro de 1851 embarcou para a Corte, para fazer seu curso na Escola de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1852 foi residente do Hospital da Santa Casa de Misericórdia, e em 1856 doutorou-se em medicina, obtendo em todos os anos do curso a nota optima cum laude.

Em 1857 tornou-se membro efetivo da Academia Imperial de Medicina; em 1858 tornou-se Cirurgião Tenente de Saúde do Exército. Nesse ano casou-se com dona Maria Cândida de Lacerda. Em 1859 ingressou como redator dos Anais Brasilienses de Medicina. Em 1860 por insistência dos moradores de São Cristóvão foi candidato à vereança, sendo eleito com grande votação. Foi Presidente da Câmara Municipal da Corte em 1867, reeleito vereador até 1878, eleito deputado Geral do Distrito da Corte em 1881.

Em 1886 encerrou suas atividades políticas, dedicando suas poucas horas de descanso, depois das atividades da medicina, escrevendo para o jornal O País, dirigido por Quintino Bocaiúva, e para a Revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira. Em 1889 tornou-se Presidente da Federação Espírita e do Centro Espírita do Brasil. Em 1891 traduziu o livro Obras Póstumas, de Allan Kardec. Em 1893 representou em defesa do espiritismo no Congresso Nacional realizado. Como Presidente da Federação Espírita Brasileira, o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes desencarnou no dia 11 de abril de 1900, às 11h30, na cidade do Rio de Janeiro.

Foi membro da Academia Brasileira de Medicina, honorário da Secção Cirúrgica, do Instituto Farmacêutico; Presidente da Sociedade de Beneficência Cearense, Presidente da Companhia de Carris Urbanos de São Cristóvão, fundador da Estrada de Ferro Macaé a Campos, etc.

Obras publicadas: Diagnósticos sobre o câncer; Considerações sobre o cancro e seu tratamento; Das operações pelo estreitamento da uretra; A doutrina espírita como filosofia teogônica; A loucura sob novo prisma; Espiritismo – estudos filosóficos; Os mortos que vivem; Segredos da natureza; A pérola negra; Evangelho do futuro; Lázaro, o leproso; A casa assombrada. Escreveu artigos doutrinários espíritas no jornal O País, no período de 1877 a 1894, e foi Redator Chefe da Revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira.

Bibliografia: Vida e Obra de Bezerra de Menezes, de Silvio Brito Soares e Bezerra de Menezes, o médico dos pobres, de Francisco Acquarone. Compilado e enviado para o Jornal de Umbanda Sagrada por Roberto Morgado, médium do Colégio de Umbanda Sagrada “Pai Benedito de Aruanda”.

Muita proteção e luz a todos!!!

Seja um Bom Médium.
Grande abraço,
EU SOU O EU SOU
Namastê
27/09/06
SOL777